De vez em quando, a gente mente. Nem que seja por uma razão boba, ou para nos preservarmos, ou para que preservemos as outras pessoas do que elas não querem ouvir. Mas a mentira, muitas vezes, tem consequências de proporções gigantescas. Uma mentira pode, sem dúvida, mudar o rumo de qualquer situação. Muitas vezes, para pior.
Durante a História, foi comprovado que é mais fácil apoderar-se de grande fortuna, de vitórias importantes ou de apoio através de pequenas a grandes doses de falsidade e de mentira, seja na política, nas guerras, em esquemas de enriquecimento ilícito ou até em carreiras profissionais. Alguns eventos em que esse princípio se aplicou foram realmente muito marcantes. Confira agora as 5 mentiras mais efetivas da História:
O CASO DE WATERGATE
Cinco pessoas foram presas, no ano de 1972, ao tirarem fotos de documentos e de terem instalado sistemas de grampeamento em telefones do escritório do Partido Democrata norte americano, no Hotel Watergate. Após algum tempo de investigação, foi se tornando cada vez mais claro que o então presidente dos EUA Richard Nixon, do partido republicano, estava de alguma forma envolvido. Se Nixon sabia do ocorrido ou se havia até dado ordens diretamente aos espiões é o que estava em pauta principalmente nas investigações.
Nixon havia negado qualquer tipo de envolvimento, mas isso não era verdade. Gravações de conversas na Casa Branca, em Washington, vieram à tona. Gravações essas que provavam que o presidente sabia de tudo. Em agosto de 1974, quando já haviam provas o suficiente, Nixon renunciou. Isso acabou somente fortalecendo o partido da oposição que, nas eleições seguintes, viria a ter seu candidato Jimmy Carter eleito.
A HISTÓRIA DE HAN VAN MEEGEREN
Han Van Meegeren era pintor e vendia sua arte, embora não fizesse sucesso; sua técnica era considerada medíocre por críticos e a beleza de seus quadros, questionável. Insatisfeito com sua situação financeira e humilhado pela opinião de seus críticos, Meegeren decidiu pintar cópias dos quadros de Vermeer, que estavam em alta no mercado naquela época. Ele estudou profundamente a técnica de Vermeer e conseguiu falsificar quadros com muita maestria; além dos traços idênticos, Meegeren soube fazer parecer com que os quadros tivessem aparência muito antiga, ao esticar e amarrotar a tela para simular o craquelê.
Seus quadros enganaram absolutamente a todos. Eles foram vendidos a preços altíssimos, como se fossem originais de Vermeer. “Os Discípulos em Emaús”, obra inventada pelo vigarista, nunca pintada por Vermeer, foi considerada na época a principal obra de “Vermeer” por ser uma “novidade”. Todos realmente acharam que um quadro nunca antes visto do pintor havia sido descoberto.
Mas a bonança de Han não durou para sempre. Ao vender uma peça para Hermann Goering, o segundo homem do Reich no final da Segunda Guerra Mundial, o falsário recebeu acusações de ter colaborado com nazistas e ter vendido um patrimônio nacional a eles. Van Meegeren, acuado e precisando se proteger, acabou se desmascarando e confessou que todos os quadros não eram originais.
O ESQUEMA PONZI

Um esquema Ponzi é uma operação fraudulenta de investimento em que o operador promete retornos consistentes e anormalmente altos de curto prazo a seus investidores, que na verdade são pagos com o dinheiro recebido de outros investidores, que recebem o retorno com o dinheiro de outros, e por assim vai. Não há lucro; é um efeito dominó, onde o operador sempre “deve” dinheiro a alguém, que prontamente é pago por outra pessoa que se dispôs a investir no negócio fraudulento. A perpetuação dos altos retornos requer um fluxo cada vez maior de dinheiro de novos investidores para sustentar o esquema.
O esquema é nomeado por conta de Charles Ponzi, que se tornou famoso por usar a técnica em 1920. A ideia, presente em romances de Charles Dickens, por exemplo, foi realmente realizada na vida real por Ponzi. Com sua operação, Charles Ponzi arrecadou tanto dinheiro que ele foi o primeiro vigarista a tornar-se conhecido em todos os Estados Unidos.
O CAVALO DE TROIA
O Cavalo de Troia é um conto da Guerra de Troia sobre o subterfúgio que os gregos usaram para entrar na cidade e vencer o conflito. Na versão canônica, após 10 anos de batalhas infrutíferas, os gregos construíram um enorme cavalo de madeira, e esconderam um grupo seleto de soldados dentro dele. A construção foi dada de “presente” aos troianos, como um troféu de aceitação de derrota. Os gregos fingiram navegar para longe, e os troianos levaram o cavalo para dentro de sua cidade, satisfeitos com sua suposta vitória. Naquela madrugada, os soldados gregos saltaram para fora do cavalo e abriram os portões de Troia, para que o resto do exército grego, que havia navegado de volta sob o manto da noite, realizasse seu último ataque, culminando com o fim da guerra e a destruição de Troia.
PROPAGANDAS NAZISTAS
Na década de 30, no começo da Segunda Guerra Mundial, Hitler contou com o apoio de Joseph Goebbels, ministro da propaganda, para lançar uma campanha maciça de convencimento ao povo alemão de que judeus eram seus piores inimigos, responsáveis por absolutamente todas as mazelas da época. O nazismo culpava os judeus, inclusive, pela perda da Alemanha na Primeira Guerra.
A propaganda antissemita foi efetiva e assumiu uma diversa gama de formatos; jornais, filmes, pôsteres, propagandas de rádio. O sucesso da campanha difamatória foi tão grande que, infelizmente, provou que uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade.