Conheça os refrigerantes brasileiros mais estranhos que você já viu

Sempre que viajo pelo Brasil, fico impressionada com a quantidade de refrigerantes regionais que existem. Alguns herdados de outros continentes, como os com sabores maçã e laranja, outros nativos, caso do guaraná, muitos criados na primeira metade do século XX. Tenho vontade de provar todos, mas é difícil. Segundo a Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), há 238 empresas totalmente nacionais no ramo, várias com mais de um produto – é muita coisa!



O refrigerante desse tipo mais famoso é, provavelmente, o guaraná Jesus. Típico do Maranhão, o “sonho cor de rosa”, como é chamado pelos locais por conta do líquido de tom rosado, foi criado em 1927, em São Luís, pelo farmacêutico Jesus Norberto Gomes, e virou um dos símbolos culturais do Estado. A novidade, na época, casou frisson com sua fórmula secreta composta, segundo a lenda, por 17 ingredientes – entre eles cravo e canela. Em 2001, a marca foi comprada pelo grupo Coca-Cola, ganhou novo visual e a versão latinha. Concorre com ele o também maranhese Guaraná Psiu.



Ainda no Nordeste, no agreste de Pernambuco, a charmosa cidade de Garanhuns abriga a fábrica dos refrigerantes Jatobá, que faz os rótulos Jurubeba Jatobá e Gengibre Jatobá.


Na parte de cima do País, em Manaus, há também o guaraná Tuchaua, do Grupo Simões.



No Mato Grosso e no Centro-Oeste em geral faz a festa o Guaraná Açaí, da Refrigerantes Marajá.



Em São Paulo, o Don Guaraná Maçã, de Ribeirão Preto, costuma agradar. Outro paulistano tradicional é o Esportivo, refrigerante que nasceu em 1948, produzido em vários sabores como guaraná, uva, laranja, maçã e gengibre.

Quando fui à cidade serrana de Gonçalves, em Minas Gerais, descobri um guaraná local de nome muito divertido, o Jota Efe. Ele lembra uma tradicional bebida gasosa de tutti-frutti, a Tubaína, criada no começo do século XX – que, aliás, fez parte da minha infância. Muitas marcas que pegaram carona na fama da marca Turbaína, da empresa Ferráspari. O sucesso foi tanto que o termo “tubaína” (sem o "r") virou sinônimo de refrigerante popular.


Os mineiros gostam muito também do Mate Couro Tradicional, bebida que leva, entre outros ingredientes, extratos vegetais de erva mate, de guaraná e a planta nativa chapéu de couro (muito usada para fins fitoterápicos). Também das Minas Gerais, mas logo transferido para Niterói, o Mineirinho tem fórmula parecida. Hoje, é refrigerante típico do público fluminense.



Descendo mais um pouco, chegamos ao Paraná. Ali, existe o Gengibirra, da marca Cini, feito com gengibre. Os catarinenses, porém, têm outro refrigerante de infância: o Laranjinha Água da Serra.



Na pontinha do País, em Lajeado, Rio Grande do Sul, desde 1971 a Fruki produz seu próprio guaraná. A bebida ficou conhecida no mundo quando o jogador de futebol inglês David Beckham saiu de um restaurante brasileiro, na Califórnia, com uma garrafa dessa na mão. Outro refrigerante muito popular no Estado, de 1906, é o Cyrillinha, guaraná de Santa Maria. Ainda na Serra Gaúcha, a vinícola Garibaldi lançou os refrigerantes Gotas de Cristal Festa nos sabores uva branca e uva rosada, cuja embalagem lembra uma garrafinha de espumante. Boa opção frisante, sem álcool, para uma balada.


Viram quanta coisa a gente não conhece? E querem uma dica? Sempre que encontrarem algum refrigerante desses por aí, não hesitem em prová-lo. Muitos deles não saem dos limites de suas cidades de origem -- o que lhes conferem charme ainda maior.
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