Agora essas hipóteses, entretanto, foram derrubadas por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, dirigidos por Nic Timpson, do Centro de Análise Causal em Epidemiologia Translacional, da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Segundo um estudo, publicado na revista Science, a variante genética responsável pelo cabelo loiro dos ilhéus é diferente daquela que causa a mesma característica nos europeus.
- "O cabelo loiro natural é um traço surpreendentemente raro nos seres humanos, que está associado tipicamente com habitantes dos países escandinavos e do norte da Europa. Nossas conclusões não só ajudam a explicar as diferenças fascinantes nestas características físicas, senão que também sublinham a importância da cartografia genética nas populações isoladas, para ajudar a lançar nova luz sobre a epidemiologia de doenças", afirma Nic Timpson.
Para chegar a esta conclusão, a equipe recolheu amostras de um grupo de melanésios, 43 com o cabelo loiro, e 42 com o cabelo escuro, e realizou uma análise genética para comparar seus genomas. Os resultados identificaram uma região do gene responsável pela variação da cor do cabelo, chamado TYRP1, que é conhecido por influenciar a pigmentação nos humanos. Só que a variante encontrada nos cabelos loiros dos habitantes das Ilhas Salomão não é encontrada no genoma dos europeus.
- "Este caso acaba com qualquer noção simplória que temos sobre raças", revela o geneticista Carlos Bustamante, um dos responsáveis pelo estudo. - "Nós, humanos, somos lindamente diferentes, e esta é apenas a ponta do iceberg".